sexta-feira, 23 de março de 2012

Honda Crosstourer 1200 "Monstrinha"

Pois é, ontem lá me dei ao trabalho de ir experimentar esta "monstrinha" e vou aqui focar os pontos importantes!!!

1-Quadro/Suspensão/Ciclística:
A mota é muito alta e o banco muito largo, e isso faz com que se note o seu peso nas manobras a baixa velocidade! Aliás, a manete do travão já estava empenada e a tampa do motor bem raspada pois já foi ao chão, esta mota tem aqui o seu grande calcanhar de Aquiles.
Em termos dinâmicos, assim que se consiga metê-la em andamento o peso desaparece completamente e a mota é bastante ágil, mas lenta nas transições devido aos pneus. Os BattleWing, perdoem-me mas não estão ao nível pedido por esta mota com este motor e as medidas escolhidas sinceramente são idióticas e o controlo de tração anda constantemente a trabalhar. Desliguei-o por uns momentos e a roda traseira dançava que era uma maluqueira às incursões mais fortes no punho do acelerador, com ele ligado é fácil fazer a luzinha andar sempre a piscar.
A suspensão a meu ver está demasiado vocacionada para o conforto, pois não se pode esquecer que a mota tem um poderoso V4 que quando abre o VTEC cria algumas instabilidades e em condução mais desportiva nas transições de travagem máxima para aceleração máxima tem que se ter cuidadinho pois a goma traseira é pouca, e a suspensão dança demasiado e a roda da frente descola do chão com muita facilidade. Em 2a e 3a isto acontece com frequência mas também sem grandes alarmismos pois a mota é longa e pesada e não tem a tendência para se virar, apenas gosta de levantar a roda um palmo do chão nas acelerações mais abruptas!
Em velocidades a bater nos 200Km/h nota-se a instabilidade que estas motas todas têm e sinceramente é por este motivo que vejo pessoal que gosta destas motas dizer que 200 é muito e tal e que lhes chega... caramba, desculpem mas eu a 220 na minha não se passa nada, aqui nesta parece que estou a correr risco de vida a partir dos 190-200… não obrigado, não volto a este segmento tão cedo se quero mesmo é andar no alcatrão!

2-Travões:
Bons, como é típico da Honda mas nota-se que não são formidáveis como os da Runner. São travões fáceis de usar e julgo que foi para isso que foram desenhados e não para andar no limite. São fáceis de dosear e de aplicar uma travagem forte com segurança, mas podiam ter maior poder pois o V4 é capaz de nos levar a imprimir ritmos alucinantes e um pouco mais seria o ideal!

3-Motor:
O motor é algo difícil de explicar e isto por vários fatores. Primeiro é o facto de que deveria ser mais forte nas baixas em prol das altas, mas o que sinto é exatamente o mesmo que a Runner me dava… boas baixas, mas nas altas é que a coisa gostava de andar. As motas com elevado curso de suspensão são muito enganadoras e dão-nos sensações ampliadas que não são a realidade e não há exceções à regra. Esta mota inicialmente parecia-me ter umas baixas fantásticas e umas altas ainda mais formidáveis, mas é nos números que nos temos que nos sustentar e comecei a fazê-lo logo que houve uma ultrapassagem a sair às 2500RPM que com a minha mota eu teria feito normalmente sem qualquer problema e que notei que afinal as coisas não foram assim tão depressa como se previam... assim sendo bastava rodar meio punho para espremer a suspensão e depois sim enrolava ao máximo e a sensação de aceleração parecia afinal já não ser tão vigorosa porque na verdade não o era. A partir das 5.500RPM as coisas mudam totalmente de figura e o bicho fica mau. É um canhão e a partir das 7.000RPM está acima da minha mota sem dúvidas, mas… fecha a loja antes das 9.000RPM… e foi assim que se cortou a potência a este motor da VFR… tira-se rotação e ele já não produz potência… mas mata-se a diversão… e fiquei a indagar o avião que deve ser a VFR que tem o motor correto na mota correta, ao contrário desta… assim sendo, não achei o motor equilibrado para o estilo de mota e prefiro de longe o meu que me dá gozo das 2.000RPM até pouco depois das 7.000RPM enquanto que este quando fica divertido entra ao corte… fiquei mesmo foi com o bichinho da VFR1200 e tenho pena de não haver nenhuma pra testes!

Conclusão:
Esta mota precisava de ser mais baixa tipo a Runner, e ter o motor com mais um pouco de rotação e a rondar os 140cv… seria mais leve e seria uma mota que me teria deixado a bater mal se fosse o caso. O que quero dizer é que este motor só encaixava bem numa mota tipo Runner e não neste mamute. Mas a mota tem um conforto de referência e tem um motor que vai deixar muitos tipos com BMW a bater mal e a passar-se para este lado, mas lá está, este excesso de conforto a meu ver trás também insegurança que sinceramente não gosto… é uma boa mota mas não para andar a abusar pois o motor exige mais do que aquilo que a mota está feita para dar, mas no entanto vai deixar os seus donos com um ego grande nas acelerações face à concorrência! E neste momento tenho até já medo de me desiludir com a Versys pois as marcas andam a fazer estas motas apenas a pensar em conforto mas com motores balísticos destes tem que se ter tento no acelerador ou a suspensão atraiçoa-nos… a Honda tem menos curso de suspensão por causa disso certamente, mas isso só não basta, teria que ser mais dura, como na Tiger 1050 e ter umas gomas não só superiores como mais largas!

domingo, 18 de março de 2012

NAU N47 Dominator




Nau N47


















Nau N47 Dominator


by Carlos Tavares
Março 2012



O Nau N47 aqui na versão Dominator de cor branca, é mais um capacete, que não passa despercebido. Apresentado um aspecto off-road destaca-se pela viseira, que o torna um Integral com caracteristicas mais destinadas á aventura.


Este capacete pode ser uma boa opcção para andar no dia a dia, ou para usar numa investida fora de estrada, numa altura que as Maxi-Trails e as Sport Adventure estão cada vez mais na moda.


Este Nau, made in Portugal, apresenta boa qualidade de materiais bem como bons acabamentos. Com um preço acessivel, a unidade testada custa cerca de 120€, sendo que 20€ são para a viseira fumada, um extra bastante util que o torna ainda mais desportivo.


A viseira opccional neste Nau, é semi-fumada, apresentando um tom acastanhado, que nos faz parecer circular de óculos escuros, e á noite não se torna tão incomodativa como as habituais viseiras escuras, dando uma visão acessivel para a condução.


O fecho é feito através de encaixe rápido, nada a apontar, funciona na perfeição.


A pala , fica-lhe bem, e protege do sol, contudo, fica a ideia, que podia descer mais um pouco. Pode-se pensar que em estrada pode atrapalhar e puxar a cabeça para trás, mas tal não acontece, mesmo a velocidades não permitidas por lei, não se sente qualquer efeito de "vela" na cabeça. Estar lá ou não nada interfere na aerodinamica do capacete.


Sinal mais para o ângulo de visão. É mesmo muito grande, virar a cabeça para procurar, o que escapa nos espelhos, pouco se torna necessário.


O forro interior tem bom aspecto, e ajuda no conforto deste Dominator, a cabeça encaixa bem no capacete.


Apesar das 1480 grs. anunciadas pela Fábrica o peso não se faz sentir, nem com bastante tempo de uso.


Não se pode considerar barulhento, mas claro, não é o tipico capacete Integral, até porque os ventiladores existentes na frente, não são de abertura/fecho, são só de rede e filtro. Esta ventilação no Verão pode ser agradável, mas no Inverno torna o capacete frio, sente-se o ar gélido a entrar directamente para a face.


O teste foi feito em cerca de 300 kms. divididos entre uma Suzuki DL-1000 e uma Suzuki RV-125.


Conclusão, se querem um capacete leve no peso e na carteira, com um estilo off-road para usar em cidade, em viagem, ou numa aventura por terras Africanas, este N47 da Nau pode ser uma excelente opcção.


Disponivel nas cores : Cinza, Azul, Antracite, Vermelho, Preto e Branco






Avaliação 0 a 10:




- Preço - 9


- conforto - 6


- Insonorização - 7


- Aspecto geral - 8


- Peso - 7




Nota final - 7.4








Março 2012 Carlos Tavares

quinta-feira, 8 de março de 2012

HONDA CROSSTOURER 1200 - TEST DRIVE by André Lino

Honda CrossTourer 1200 by André Lino - Test Ride

  • Cheguei de mais um test-drive, desta vez à lindissima "Tourer" da Honda. Teste de 30 mins em cidade e estrada nacional, num percurso habitual onde costumo testar todas as motas da Linhaway. 

    Peso: Nota negativa.
    Devido ao peso que apresenta, depressa concluí que esta mota tem poucas aptidões para estrada de montanha com curvas técnicas e/ou fechadas. O seu peso está bem presente e mesmo em cidade é preciso ter cuidado. Esta 1200 apela ao bom senso do condutor, pelo que em cidade ela quer é andar nas calmas. 

    Nas curvas fechadas ou rotundas, a Tourer não confere muita confiança ao seu condutor. A uma dada inclinação ela parece que quer cair o que nos obriga a realizar uma "compensação" para o lado oposto, o que é desagradável.  

    Na marginal, aproveitando as suas curvas abertas, a Tourer mostrou-se uma agradável surpresa. É possivel circular a 140/150 kmh com uma estabilidade exemplar. É este o ambiente onde a Tourer se poderá destacar das suas rivais.


    TRAVÕES e SUSPENSÕES: Acima da média.
    Este travões mostraram-se bastante eficazes nas travagens que efectuei, muitas delas nas descidas , e com "tudo". O ABS foi accionado mas não se mostrou muito intrusivo. A travagem combinada é simplesmente excelente e as suspensões também conseguem efectuar um excelente trabalho de modo a conseguir imobilizar os muitos quilos que esta 1200 apresenta. 

    O peso faz-se sentir na curva contra curva e aqui penso que o amortecedor podia ter um "toque" menos suave, mas nada que a respectiva afinação não resolva.

    Considero os travões e suspensões o ponto forte desta mota onde as suspensões combinam com o caracter estradista da Tourer, conferindo uma segurança acima da média.


    PNEUS: Nota positiva.
    Pneus bastante conhecidos: Battlewing. Acho que neste capitulo o que lhe ficava mesmo bem era uns pneus de estrada. Estes pneus nao me convenceram mas são suficientes...


    MOTOR: Tema que pode criar mais controvérsia. Dependendo dos gostos do condutor esta Tourer pode ser amada ou odiada, devido precisamente ao seu motor.

    Red-line às 8.500rpm. 

    Não gosta de andar abaixo das 3.000rpm. Em cidade notamos que falta ali qualquer coisa. Para uma mota com roda 19 e jantes de raios, convinha o motor mostrar maiores capacidades nos baixos regimes para um eventual off-road. Visto este motor se revelar apático neste regime não se compreende como a Honda apostou numa jante de raios com roda 19. Abaixo das 2.000rpm e em 2ª mudança sente-se o motor a bater.

    "Grey area" entre as 3.000 e as 4.000 rpm. Aqui nota-se que o motor começa a mostrar vida, prestes a atingir o seu "potencial de acção". Infelizmente em cidade e com velocidades legais andamos entre as 2.000 e as 3.500rpm....... ou seja, quase sempre em segunda.

    Às 4.000rpm o motor dispara. Tudo começa a andar muito rápido até que às 6.000rpm(2.5000rpm antes do red-line) ocorre outro "disparo". É acima das 4.000 rpms que sentimos o "suminho" que este motor nos tem para oferecer. É realmente fantástico e obriga-nos a debrucar sobre o depósito. Infelizmente, em estrada de montanha com curvas fechadas este motor deixa-nos um pouco desiludidos pois obriga-nos a andar sempre com "uma abaixo". Em curvas abertas, é perfeitamente possivel circular-mos acima das 4.000rpm e usufruir da vitamina que este motor tem para oferecer.

    É um motor com um toque desportivo, como tal, o condutor tem que possuir alguns requesitos, nomeadamente, gostar de "enrolar punho" e, sobretudo, possuir experiência de condução para conseguir lidar com o peso que esta mota possui e ao mesmo tempo com um motor que não se mostra muito amigo para o comum dos viajantes.


    Considerações finais e comparativos: Penso que se trata de um dos modelos que mais controvérsia poderá causar devido ao caracter desportivo do motor. Uns irão odiar, outros poderão amar. Penso que esta mota não será adequada para o tipico viajante aventureiro. É uma mota com um caracter estradista onde não se compreende como foi possivel equipar uma roda 19 e jantes de raios. Mesmo para o viajante tipicamente estradista, sou da opinião que esta mota devia ser melhor equilibrada ao nivel do motor, principalmente abaixo das 4.000rpms Sobretudo devido ao Peso da mota, Possibilidade de transportar carga e pendura onde é vital sentir a presença do binário. Parece ser o motor do "tudo ou nada". "Tudo" para cima das 4.000rpm e "Nada" para baixo das 4.000rpm.O vidro tem 2 posições, a posição mais alta confere uma protecção aerodinamica adequada até aos 120kmh. O seu conforto é elevado, nota muito positiva para o banco e posição dos braços, pernas e tronco. No geral, é uma boa mota (apesar de não me identificar com ela enquanto Maxi-trail) mas que não vale os 14.000€ pedidos .Finalmente, não consigo deixar de a comparar com alguns outros modelos também bastante conhecidos: 

    Considero a Ciclista da Varadero superior ao da Tourer.
    Considero o motor da KTM990ADV superior ao da Tourer ao nivel das baixas.
    A Tourer perde no arranque mas depressa apanha a sua rival e nem tempo existe para tirar uma mão do guiador para dizer "adeus".
    Tanto a A KTM990ADV como a Varadero revelam melhores "aptidões" para a cidade ao nivel do motor, contudo, sai beneficiada em relação à varadero e KTM pelas suas dimensões mais reduzidas.