quinta-feira, 8 de março de 2012

HONDA CROSSTOURER 1200 - TEST DRIVE by André Lino

Honda CrossTourer 1200 by André Lino - Test Ride

  • Cheguei de mais um test-drive, desta vez à lindissima "Tourer" da Honda. Teste de 30 mins em cidade e estrada nacional, num percurso habitual onde costumo testar todas as motas da Linhaway. 

    Peso: Nota negativa.
    Devido ao peso que apresenta, depressa concluí que esta mota tem poucas aptidões para estrada de montanha com curvas técnicas e/ou fechadas. O seu peso está bem presente e mesmo em cidade é preciso ter cuidado. Esta 1200 apela ao bom senso do condutor, pelo que em cidade ela quer é andar nas calmas. 

    Nas curvas fechadas ou rotundas, a Tourer não confere muita confiança ao seu condutor. A uma dada inclinação ela parece que quer cair o que nos obriga a realizar uma "compensação" para o lado oposto, o que é desagradável.  

    Na marginal, aproveitando as suas curvas abertas, a Tourer mostrou-se uma agradável surpresa. É possivel circular a 140/150 kmh com uma estabilidade exemplar. É este o ambiente onde a Tourer se poderá destacar das suas rivais.


    TRAVÕES e SUSPENSÕES: Acima da média.
    Este travões mostraram-se bastante eficazes nas travagens que efectuei, muitas delas nas descidas , e com "tudo". O ABS foi accionado mas não se mostrou muito intrusivo. A travagem combinada é simplesmente excelente e as suspensões também conseguem efectuar um excelente trabalho de modo a conseguir imobilizar os muitos quilos que esta 1200 apresenta. 

    O peso faz-se sentir na curva contra curva e aqui penso que o amortecedor podia ter um "toque" menos suave, mas nada que a respectiva afinação não resolva.

    Considero os travões e suspensões o ponto forte desta mota onde as suspensões combinam com o caracter estradista da Tourer, conferindo uma segurança acima da média.


    PNEUS: Nota positiva.
    Pneus bastante conhecidos: Battlewing. Acho que neste capitulo o que lhe ficava mesmo bem era uns pneus de estrada. Estes pneus nao me convenceram mas são suficientes...


    MOTOR: Tema que pode criar mais controvérsia. Dependendo dos gostos do condutor esta Tourer pode ser amada ou odiada, devido precisamente ao seu motor.

    Red-line às 8.500rpm. 

    Não gosta de andar abaixo das 3.000rpm. Em cidade notamos que falta ali qualquer coisa. Para uma mota com roda 19 e jantes de raios, convinha o motor mostrar maiores capacidades nos baixos regimes para um eventual off-road. Visto este motor se revelar apático neste regime não se compreende como a Honda apostou numa jante de raios com roda 19. Abaixo das 2.000rpm e em 2ª mudança sente-se o motor a bater.

    "Grey area" entre as 3.000 e as 4.000 rpm. Aqui nota-se que o motor começa a mostrar vida, prestes a atingir o seu "potencial de acção". Infelizmente em cidade e com velocidades legais andamos entre as 2.000 e as 3.500rpm....... ou seja, quase sempre em segunda.

    Às 4.000rpm o motor dispara. Tudo começa a andar muito rápido até que às 6.000rpm(2.5000rpm antes do red-line) ocorre outro "disparo". É acima das 4.000 rpms que sentimos o "suminho" que este motor nos tem para oferecer. É realmente fantástico e obriga-nos a debrucar sobre o depósito. Infelizmente, em estrada de montanha com curvas fechadas este motor deixa-nos um pouco desiludidos pois obriga-nos a andar sempre com "uma abaixo". Em curvas abertas, é perfeitamente possivel circular-mos acima das 4.000rpm e usufruir da vitamina que este motor tem para oferecer.

    É um motor com um toque desportivo, como tal, o condutor tem que possuir alguns requesitos, nomeadamente, gostar de "enrolar punho" e, sobretudo, possuir experiência de condução para conseguir lidar com o peso que esta mota possui e ao mesmo tempo com um motor que não se mostra muito amigo para o comum dos viajantes.


    Considerações finais e comparativos: Penso que se trata de um dos modelos que mais controvérsia poderá causar devido ao caracter desportivo do motor. Uns irão odiar, outros poderão amar. Penso que esta mota não será adequada para o tipico viajante aventureiro. É uma mota com um caracter estradista onde não se compreende como foi possivel equipar uma roda 19 e jantes de raios. Mesmo para o viajante tipicamente estradista, sou da opinião que esta mota devia ser melhor equilibrada ao nivel do motor, principalmente abaixo das 4.000rpms Sobretudo devido ao Peso da mota, Possibilidade de transportar carga e pendura onde é vital sentir a presença do binário. Parece ser o motor do "tudo ou nada". "Tudo" para cima das 4.000rpm e "Nada" para baixo das 4.000rpm.O vidro tem 2 posições, a posição mais alta confere uma protecção aerodinamica adequada até aos 120kmh. O seu conforto é elevado, nota muito positiva para o banco e posição dos braços, pernas e tronco. No geral, é uma boa mota (apesar de não me identificar com ela enquanto Maxi-trail) mas que não vale os 14.000€ pedidos .Finalmente, não consigo deixar de a comparar com alguns outros modelos também bastante conhecidos: 

    Considero a Ciclista da Varadero superior ao da Tourer.
    Considero o motor da KTM990ADV superior ao da Tourer ao nivel das baixas.
    A Tourer perde no arranque mas depressa apanha a sua rival e nem tempo existe para tirar uma mão do guiador para dizer "adeus".
    Tanto a A KTM990ADV como a Varadero revelam melhores "aptidões" para a cidade ao nivel do motor, contudo, sai beneficiada em relação à varadero e KTM pelas suas dimensões mais reduzidas.

3 comentários:

  1. Gostava de ver esta mota, com jantes de aluminio, roda 17" á frente, pneu 180 atrás, e já agora uns pneus em condiçoes, Scorpion Trail.

    ResponderEliminar
  2. Excelente report, dá para perceber um pouco mais sobre esta máquina.
    Pessoalmente, penso que a Honda deveria ter optado por um posição 100% estradista, abandonando da jante dianteira 19.
    Bem, já a vi ao vivo e a cores, falta só o test-ride, de forma a tirar algumas dúvidas que tenho, e que tão bem explicaste.
    Cumprimentos!

    ResponderEliminar