segunda-feira, 30 de abril de 2012

Yamaha XT 1200 Z Super Ténéré

 


Yamaha XT 1200 Z
     Super Ténéré






 Lançada em 2010, esta XT 1200 Z da Yamaha é mais uma Maxi-Trail de grandes dimensões, com aptidões turísticas, mas com carácter muito vincado para o todo o terreno.
 Equipada com motor de dois cilindros em linha, com 1.199 cc, e 110 cvs. de potência máxima, atingida ás 7.250 RPM. Este motor é um poço de força, com uma resposta pronta e precisa em qualquer rotação, permite por exemplo, rodar em 6ª nas 2.000 RPM, sem o motor bater, com resposta imediata quando solicitada pelo punho direito.
 O peso anunciado pela marca de 261 kgs. não se faz notar, quer em manobras com recurso aos pés, quer circulando entre o trânsito, é uma mota muito ágil, apesar do tamanho que aparenta.
 O controle de tracção, tem dois modos, que aparentemente não se nota grande diferença. No decorrer do teste foi accionado duas vezes, mostrando total segurança, quando a potência dada á roda traseira é em demasia. O sistema pode ser desligado. A colocação do botão de mudança/desligamento, não me pareceu a melhor, está colocado na parte lateral esquerda dos manómetros, sendo necessário pressionar o botão durante uns segundos para a fazer a mudança dos três modos disponíveis, impracticável em andamento.

 O motor desta XT 1200 Z tem dois modos de potência, o normal e o desportivo. A comutação é feita através de um botão colocado junto ao punho direito, pode ser feita em andamento, mas é preciso desacelerar. A diferença nota-se, no modo S, desportivo, a rotação sobe mais depressa e a passagem de caixa é mais rápida e brusca, afectando claramente o consumo.
 Na marginal, com o pára e arranca dos semáforos, utilizei o modo D, onde tudo se passa calmamente, mesmo assim, a condução é divertida. Com estrada aberta mudei para o desportivo, e o comportamento da mota torna-se nervoso, convidando a acelerar, chega a ser dificel nesta Super Ténéré andar descontraído, tal a resposta do motor.
 No modo S, a rotação sobe rapidamente, chegando muito facilmente ás 7.000 RPM, o recurso á caixa de velocidades é frequente. Uma versão com caixa automática era bem vinda.
 A velocidade máxima atingida foram os 220 kms/hora e fica mesmo por aí, já pouco faltava para entrar no red line. Se o número não impressiona, pode impressionar a facilidade com que lá se chega, aliado a uma grande estabilidade da mota, sem vibrações, ou até turbulência no capacete.


A travagem com ABS é combinada pelas duas rodas. É eficaz e precisa.
 O banco do condutor, é regulável em altura. Na posição mais baixa, permite pousar bem os dois pés no chão. Sinal mais para o banco, quer para condutor bem como para passageiro. Tem um tecido anti-derrapante e uma esponja bem suave.  Fazer kms. em grande número não aparenta ser aqui problema.
 O ecran que equipa esta Yamaha, protege bem, para os mais exigentes ou altos, há um maior como opcção.
 A nível das pernas, a protecção aerodinâmica é exemplar, ficam perfeitamente encaixadas no enorme depósito de 23 lts.
 Claramente, esta mota foi pensada nos grandes aventureiros, que não dispensam uma viagem de longa distância, com ou sem companhia. Todo o conjunto muito convida a isso, ainda para mais, acessórios para isso não faltam.

Ponto negativo, não haver indicação da velocidade engrenada no painel digital. Painel esse, bastante completo, com várias médias de consumo, temperatura ambiente, temperatura do motor, alguns contadores parciais de kms. e claro os indicadores de modo de potência e de tracção.
 A colocação do descanso lateral está longe de ser a melhor, encosta no pousa pés, para o accionar é preciso andar á procura dele.
 A média que a mota apresentava antes do teste de uma hora, com cerca de 50 kms. era de 6.4 lts./100 kms. Ao chegar ao fim, mostrava 7.2 lts. O uso do modo Sport pode ter sido a causa. Mesmo assim, parece-me demasiado. Fica a nota de atenção para os potenciais interessados.

 Em estrada de serra, que liga o Guincho á Malveira, esta Super Ténéré mostrou-se uma devoradora de curvas, tal a leveza que o conjunto proporciona ao condutor, aliada a uma resposta sempre alegre no punho direito, sem esquecer uma posição de condução descontraída e perfeita.
 O som que sai do escape original, em ralênti é algo irritante, mas com o subir de rotação transforma-se para bem melhor, ouvindo-se bem quando anda perto da linha vermelha.
 Quando a estrada piora, esta mota sente-se como peixe na água. A condução em pé é óptima, qualquer buraco ou lomba não se faz sentir. Houve uma clara preocupação da Yamaha em preparar esta XTZ para os aventureiros mais destemidos. Até os pousa pés são metálicos anti derrapantes, com borracha no interior.
 Fora de estrada, tudo se passa naturalmente, com as suspensões de longo curso a fazerem o seu trabalho superiormente.


 Em conclusão, Esta Ténéré na versão maior feita até hoje, é uma mota notável em todos os aspectos, apenas pecando nalguns pequenos pormenores, nada relevantes na avaliação final do modelo.
 Desportiva, turística,trail, aqui falamos do melhor que se pode ter nestes três distintos Mundos. Tudo na Yamaha XT 1200 Z. 





Preço : 15.400€ + legalização

Extras disponíveis :

Saco depósito 123.63€
Top case Alumínio 356€
Malas Laterais 423(dta.)+393(esq.)+172(suportes), tambem disponíveis em preto, ligeiramente mais baratas
Punhos aquecidos 336,63€
Vidro alto 152€
Kit deflector 102€
Protecção de motor 305€
Prtotecção cárter 152€
Protecção ópticas 91€
Farois auxiliares 427€
Escape Akrapovic 893€
Autocolante protector depósito 21,43€

Muitas opcções para criar a Yamaha Super Ténéré ao gosto de cada um. Muitos kms de prazer e boa disposição vos esperam.


Avaliação 0-10

Conforto - 9
Caixa de velocidades - 9
Protecção aerodinâmica - 10
Motor - 9
Travagem - 9
Preço - 9
Visual - 8
Suspensão - 9
Desempenho - 9
Consumo - 7


Média total - 8.8



30 de Abril de 2012
Carlos Tavares

sexta-feira, 20 de abril de 2012

- HONDA VFR 1200X CROSSTOURER DCT -



Uma das novidades para 2012 da Honda, é esta VFR 1200X Crosstourer. Da VFR foi buscar o motor, o V4, com 127 cvs. de potência ás 7750 RPM. Deram-lhe supensões de longo curso, posição de condução vertical, rodas com aptidão Trail, e aí está a Crosstourer pronta para a aventura, e não só.

Foi no passado Domingo, aproveitando o fim de semana Honda, que me dirigi á Lopes e Lopes em Mem Martins. O tempo ameaçava chuva, que veio a cair. Quando lá cheguei, ainda cedo, já a curiosidade sobre esta 1200 era muita, com várias pessoas em seu redor, a receber as instruções sobre o funcionamento da mesma, principalmente da caixa automática que equipa a versão testada, a DCT.

Enquanto esperava pela minha vez, fui observando uma Crosstourer vermelha, que estava no Stand. A mota tem detalhes lindissimos, como o veio traseiro, a óptica, toda a carenagem, o painel digital. Não há duvida que a Honda o que faz, faz bem e bonito. O tamanho, apesar de impressionar, é normal para esta classe, até sendo estreita.

A mota disponivel para teste é uma DCT, com transmissão de dupla embraiagem, que permite trocar de mudança, através de dois botões, + ou -, sem recurso á embraiagem, já que ela nem existe. Em alternativa há o modo automático, em que as mudanças são feitas pela mota, em dois modos, o normal e desportivo. Os três modos podem ser mudados em andamento, sem ser preciso desacelarar. Para os mais convencionais, este sistema pode ser considerado estranho, fazendo pensar que estão numa scooter, mas a verdade é que o DCT só traz vantagens a esta ou qualquer outra mota. Se pensam que se torna menos desportiva, enganam-se. O Sistema funciona na perfeição, e é uma mais valia para esta Tourer da Honda.
Tambem tem um ecran maior, disponível pela marca, como extra. Alem de não ficar bem, é demasiado alto, e vibra muito.
A posição de condução vertical, é boa, mas fica a sensação que o guiador está demasiado á frente, os braços vão um pouco esticados. O banco não prima pelo conforto, mas tambem não compromete, é espaçoso e o tecido anti derrapante.
A colocação dos comandos dos piscas e buzina no lado esquerdo do guiador, atrapalha um pouco, porque estão muito juntos, nada que com a práctica, não se resolva.
O painel todo digital, com iluminação regulável, pareceu-me muito confuso, muita informação, com letras e numeros pequenos. De dia o conta-rotações passa quase despercebido. A colocação tambem não me pareceu a melhor, mais subido resultava melhor, mas o hábito do dia a dia torna isso um mal menor.
Em andamento, o V4 que equipa esta 1200X, é fabuloso, bastante suave, com potencia sempre disponível, nesta versão DCT, usando o modo automático, a mota desliza na estrada como se um comboio se tratasse, chegar a velocidades altas, é num instante. A suspensão rija, ajuda a estabilidade da mota, mas não é o melhor para o conforto, uma pequena afinação, pode torná-la mais apta para viagens a solo ou a dois. No modo S, desportivo, a mota altera-se, e muito, é preciso calma e precisão para domar dos 127 cvs. disponiveis. No modo D, normal, a mota vibra um pouco, nada de preocupante. No modo manual, o que gostei mais, ficamos com uma máquina infernal nas mãos. Mudanças feitas em plena aceleração. Esta Honda é perfeita neste aspecto do DCT.
A travagem, é excelente, como a Honda nos tem habituado. É combinada e com ABS de série. Nada a apontar, funciona na perfeição, mesmo em piso molhado.
Sendo esta Crosstourer uma Aventureira, destinada a grandes tiradas de kms. a protecção aerodinâmica podia ser melhor, a nivel das pernas e pés. Como opcção, o deflector de carenagem pode vir a tornar-se essencial.
Outro promenor, que notei, foi o pedal do travão, para chegar a ele, bati várias vezes com a bota na tampa do motor.

De salientar, que a Tourer, nos 30 kms feitos, marcou no computador de bordo 8.2 lts. aos 100 kms. Parece-me um valor exagerado, dado, que tirando algumas acelerações, o ritmo foi calmo, e na maior parte do tempo em modo D.


Conclusão, esta Honda VFR 1200X Crosstourer, é uma mota no geral boa, podendo o motor ser considerado muito bom, e o DCT excelente. Tendo em conta que o preço desta versão é 15.000€ sem top case e ecran, pode ser considerada uma optima opcção, para quem quer uma mota para viajar e fazer algumas aventuras fora de estrada, sem prescindir do conforto.




Avaliação 0-10

Conforto - 8
DCT - 10
Protecção aerodinâmica - 6
Motor - 9
Travagem - 8
Preço - 8
Visual - 9
Suspensão - 8
Desempenho - 9
Consumo - 5


Média total - 8



20 Abril 2012
Carlos Tavares