A curiosidade sobre a Honda NC 700 X começou logo nas primeiras fotos vistas na net. Os números que surgiram criavam muita expectativa sobre o modelo, consumos abaixo dos 4 litros aos 100 kms., autonomia de 400 kms. e especialmente o preço, 6.000€. Menos positivo até experimentar, era a potencia declarada de 51 cvs. Ficava a duvida se chegava para tirar algum prazer na condução da mota, ou se seria apenas uma moto económica e utilitária.
O aspecto bem actual da mota agradou-me, posição condução alta, pneus de estrada, espaço para o capacete onde devia estar o depósito da gasolina, agora colocado debaixo de banco, senão for o capacete, sempre lá cabem outros utensílios.
Passei algumas horas até ao dia de poder experimentar a 700X a pesquisar na net toda a informação possível sobre a mota, o conceito criado de Crossrunner Urbana agradava-me, mas a duvida sobre a resposta do motor continuava presente na minha cabeça.
Na data anunciada para estar disponível para teste drive, no concessionário Lopes e Lopes em Mem Martins, 3 de Dezembro lá estava eu, ansioso por ver pela primeira vez a mota ao vivo, e experimentá-la, claro!
Logo na entrada, a NC 700X branca, não fosse a minha cor preferida, encantou-me pela aspecto de MOTA que tem, se o preço é “pequeno”, não se deixa intimidar por modelos mais conhecidos e com maior cilindrada ou preço. Não apresenta luxos, tem apenas o essencial mas tudo no sitio certo, gostei especialmente do espaço criado no falso deposito para o capacete, e da traseira da mota, bastante limpa.
Passado uns minutos a mirá-la, chega ao parque outra branquinha, e o som bem acentuado, chamou-me logo a atenção. Que linda! Pensei de imediato.
Agora vou eu, pôr capacete, sentar, e a sensação que tudo se encaixa, é imediata. Assim que arranquei o som fez-se notar, convidando a acelerar, meti-me no IC-19, e acelerador a fundo, na 3ª a mota “corta”, penso que é falta de gasolina, olho para os manómetros digitais vejo que está cheia, afinal não, está é no red line, meto 4ª e lá vai ela de novo a roncar, até rapidamente cortar de novo, começo a perceber que não é preciso puxar tanto por ela, e até ao final já não voltou a acontecer. Na subida da IC-30 puxo por ela, punho enrolado, e ficou-se nos 140/150, mesmo assim deu para me livrar facilmente dos enlatados que por lá circulavam.
Uma voltinha até Sintra, o arranque da mota nas saídas das rotundas impressiona, não é fácil andar devagar na 700X, super divertida no pára arranca, ágil e leve a curvar e ultrapassar, quem diria que tem mais de 200 kgs.! O banco é confortável, um pouco escorregadio, mas isso pode ajudar na “diversão” nas estradas mais sinuosas.
A travagem não compromete, mas convém conjungar o travão traseiro com o frontal, que apresenta apenas um disco grande e bonito.
De volta ao IC-30, vamos lá ver de que és capaz, puxando todas as mudanças de velocidade, até á 6ª até bem perto do red-line, sem deixar cortar, em pouco estava nos 180, já tinha lido que chegava aos 190, o modelo testado tinha apenas 150 kms., nos 180 só tinha umas 1.000RPM até á marca vermelha, 182,184, já não dá mais, mas ainda consegui ver por segundos o 185 kms./hora! Depois da rodagem inicial acredito que o valor suba. E já estava na saída para o IC-19….
A protecção aerodinâmica, satisfaz, o mini ecran assenta perfeitamente na mota, a 120/140 basta baixar um pouco a cabeça e estamos “protegidos”, daí para cima, não adianta contar com ele. Mas esta mota não foi feita para essas velocidades, quem quiser andar rápido e sem apanhar vento, tem muitas opcções.
No IC, a mota dribla no trânsito tão facilmente, que rapidamente estou á porta do Stand, com um sorriso de orelha a orelha. Se há motas, que me identifiquei prontamente, esta NC 700 X, foi uma delas.
Conclusão, esta Honda faz tudo que lhe peçam, de um modo modesto e divertido, a um preço ultra “leve” .